quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ser criança...


 
 
Perdidos no mar...


Estava brava com Deus, mas então pensei como estava sendo injusta. Tudo bem aconteceu tudo aquilo no Guarujá, mas graças à Deus não aconteceu nada com os meninos. Quando ele chegou e disse que eles haviam sumido, senti um “frio na espinha” como dizem por aí... Sai em alvoroço em direção ao mar, mas logo os avistei. No momento a gente entra em desespero, pensa em tudo, mas quando os vi, foi tão bom! Eles estavam lá, brincando com as ondas... É tão bom ser criança! Quando eu era criança amava entrar no mar, brincar com as ondas... Eu criava um mundo imaginário dentro do mar, eu estava lá, às vezes perdida, às vezes sendo salva, outras vezes uma sereia, um peixe, um pirata...   Quando vi os dois meninos, tão felizes brincando, só pensei que haviam perdido a noção do tempo... Quando a gente é criança, não estamos presos a relógios, o tempo não é importante, diferente de nós, adultos, escravos do tempo, eles não, crianças, livres no tempo... Então, os dois acenaram para mim, faziam “tchau”, e queriam continuar a brincadeira, porém, o pai de um dos meninos,  estava desesperado, tinha se assustado, pensava que as crianças tinham se afogado no mar... É difícil olhar crianças, é piscar os olhos e eles podem estar aprontando alguma peraltice... Não que seja peraltice para eles, porque os olhos  das  crianças vêm o mundo colorido, ainda ninguém lhes pintou os sentidos como diz Fernando Pessoa:

"Procuro despir-me do que aprendi,
 Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
 E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
 Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
 Desembrulhar-me e ser eu..."

 A brincadeira acabou não aconteceu nada com eles, e isto era motivo de alegria. Fui até a igreja, e acendi uma velinha agradecendo por estarmos todos bem. Fiquei muito triste, não queria deixar os meninos irem embora... Senti como é bom ter crianças por perto. Já gostava do menino e gostei do outro menino também. Antes eu queria ter uma filha, mas agora, se eu tiver um menino vou ficar feliz também! Nada é por acaso. 


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