quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Força!





A Força!

Inspirado no relato de uma paciente.


Onde está a força,
Que eu antes tinha?
Eu não sabia de onde vinha...
Mas por fim já se foi...


Onde anda a força,
Que me fazia cantar,
Que me fazia sonhar,
E sempre me fazia companhia...

Saiu ela devagarzinho,
Num dia de madrugada,
Não me disse nada,
E pôs-se a andar sem voltar...

E nesses dias de chuva,
Olho para a janela embaçada,
Penso que a vida é quase nada,
Falta-me a força que aqui vivia...

Por mais que levanto e me encanto,
Minhas alegrias são minutos,
Tão ligeiros e astutos,
Logo findam-se sem voltar...

E o tempo é tudo e nada,
Sem a força que havia,
Nessa minha vida que existia,
E agora põe-se a soluçar...

Eu quero que a força volte,
Ao menos para eu cantar,
E que faça o sol brilhar,
Para juntos podermos dançar,

E caminhar,
Caminhar,
Lutar,
Viver até se desfazer velhinha,

Velhinha,
Num sopro de ninar,
E para casa cantar e dançar,
E nas minhas cantigas de criança me embalar...
Viajar, viajar...

FIM.


By, LRG
 



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Meu Moreno!





Meu Moreno!


Moreno lindo!
Moreno branco!
Tu és encantando na minha vida....
Tu és pranto na despedida...

Querido lindo,
Azul tua luz!
E mar conduz,
E contudo seduz...

Fala-me uma palavra,
Diz-me com seus olhos,
Mar azul,
Vai ter nos meus sonhos...


És tu,
Querido amor,
Que tudo faz flor,
Na minha vida teu sabor...

És tu,
Doce, chocolate doce,
És um brigadeiro?
És o que fosse...

E sem tu,
Nada sou,
Barco perdido,
No mar eu vou...

Teu brilho,
Maravilha,
Mais que um diamante,
Num som de uma linda ilha...

Eis que te quero,
Como sempre te quis...
E sempre nos quisemos,
Como o cheiro do anis...

Eu te amo agora,
Eu te amo sempre,
Eu te amo enquanto viver,
E depois de morrer,
Chocolate-anis,
Je t'aime,
Forever,
Eu te amo...


19/11/2014

Mariza - Barco Negro - Live in Lisboa

Mar





Mar


É você tu mar,
Que tudo me diz,
Que acalenta minh'alma
Que embala meu sonho feliz...


Não consigo ver que tens um fim,
Mas sei que em alguma parte você acaba,
És esse sonho finito vestido de infinito,
És essa obra acaba e amada, que soa inacabada...


Mar! Que tens os meus segredos,
Que se revolta e acalma,
Leva e trás meus pensamentos,
E que nunca faz esquecer a quem se ama....


E é assim que é você,
Imenso, grande onda,
Às vezes, onda pequena e leve,
Um grande sonho que sonha...


E vou contigo nesse embalo,
Junto ao sol, e junto a lua,
Neste vasto azul que acalma,
E faz lembrar aquela rua...








LRG
19/11/2014




quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Poema lindo!





Achei lindo esse poema! ;-)

Se ao menos soubesses tudo o que eu não disse
ou se ao menos me desses as mãos como quem beija
e não partisses, assim, empurrando o vento
com o coração aflito, sufocado de segredos;
se ao menos percebesses que eram nossos
todos os bancos de todos os jardins;
se ao menos guardasses nos teus gestos essa bandeira de lirismo
que ambos empunhamos na cidade clandestina
Quando as manhas cheiravam a óleo e a flores
e o inverno espreitava ainda nas esquinas como uma criança tremendo;
se ao menos tivesses levado as minhas mãos para tocar os teus dedos
para guardar o teu corpo;
se ao menos tivesses quebrado o riso frio dos espelhos
onde o teu rosto se esconde no meu rosto
e a minha boca lembra a tua despedida,
talvez que, hoje, meu amor, eu pudesse esquecer
essa cor perdida nos teus olhos.

Joaquim Pessoa

domingo, 2 de novembro de 2014

Finados.






Finados


Queria ver seu sorriso mais gostoso,
Aquela gargalhada descompromissada,
Aquele brilho no seu olhar,
Sua miopia sem óculos, sem lente, fechando os olhos para enxergar ao longe...
Seu cabelo todo desarrumado, quase sem fios brancos, finos...
Sua mania de fazer coisas estranhas,
Suas brincadeiras improvisadas,
Seu jeito calado de ser, entremeado com seu melhor sorriso e gargalhada,
Mas você se foi,
Imóvel,
Branco,
Olhos fechados,
Sem sorriso,
Sem gargalhada,
Deitado naquele retângulo de madeira...
E quando te fecharam ali,
E começaram a te levar da minha vista,
E depois te colocarem num buraco abaixo da terra,
E cada pá de terra que jogavam em cima de você era um pedaço do meu coração que se partia e ia junto, morrendo aos poucos com aquela cena devastadora...
Todo terminando com mil flores jogadas por cima daquele buraco desumano,
E eu dizia à Deus, que aquelas flores, e aqueles ramos, jamais deveriam ter nascido nesta terra para tão triste fim, tão triste cena da morte...

02/11/2014
Dia dos Finados
LRG