segunda-feira, 28 de julho de 2014

A vida e a morte!





A vida e a morte!


A vida e a morte,
Ai que sorte...
Neste mundo estar...
Sem saber meu norte...


Entre "fatos" e "fatos",
Eis os atos!
Dessa alma,
Que vive nos autos...

Quanta alegria!
Quanta tristeza!
Neste mundo inteiro...
Cheio de beleza!

E tudo é estranho...
E tudo tem um tamanho...
Entre a alma e o corpo,
E sentir-se estranho...

Mas a Terra gira,
Gira no Universo,
E tudo parece,
Conter-se num verso...

E aqui se vai,
Entre o real,
E o irreal,
Neste mundo desleal...

Entre a riqueza e a pobreza,
Entre mesa farte,
E a fome que mata,
E uma pequena certeza...

Quantas estrelas há no céu?
E tu onde estás?
Nesta vasto Universo,
Onde não se volta para trás...

LRG
27/07/2014
Algarve
Praia do Alvor
Portimão
Algarve.
Fim.





quarta-feira, 23 de julho de 2014

Os olhos falam!






Os olhos falam!


Às vezes, as palavras não são necessárias, ao contrário disso, são totalmente desnecessárias quando nada se pode dizer, e apenas "um olhar" diz tudo, por todos os anos, por todo sentimento escondido, calado, aprisionado por não poder ser...
Então, o olhar na chegada diz tudo: "- Quanto tempo! Estamos velhos! Estamos longe! Nunca poderemos ser dois, não há hipótese...!". Uma lágrima, escorre no canto dos olhos, é escondida, mas para quem ama, é perceptível como uma onda batendo numa rocha com toda força e se esvaindo novamente pelo mar, escondendo-se, deixando-se de ser emoção forte, deixando-se que o mar todo a leve e a adormeça para que não seja mais "onda", para que se esconda o amor... Apenas sonhos não vividos, apenas imaginação, apenas um sentimento guardado as sete chaves numa caixinha que nunca ninguém encontrará, mas que um olhar já mais é capaz de apagar...
E tudo se passa pelas trivialidades deste mundo, deste século XXI,  que história será essa contada daqui mil anos? Não sei, não sei, não sei...
É hora de partir, está tudo cumprido, tudo perfeito, "adeus" e de novo o olhar, olhar de despedida, o olhar que chora... A lágrima disfarçada escorre da face dele, Raquel sorri, mas seu coração já entendeu e chora... Não há tempo para tristezas, pelo menos para Raquel, mas para ele, ela nunca saberá o que aconteceu...
Então, passam-se três dias, e depois de toda atribulação, num momento de silêncio, Raquel se recorda daquele momento de chegada e de partida e daquela lágrima, e ela chora, chora... Um grande amor para recordar...



quinta-feira, 3 de julho de 2014

O menino no carro!







O menino no carro!


Lá ia menino no banco de trás do carro. Eu podia vê-lo através do vidro do meu carro que estava atrás do dele. Ele ia feliz olhando para trás. Aquela cena remeteu-me a minha infância, não havia coisa mais gostosa nesse mundo do que ir no banco de atrás do carro olhando para o carro de trás. Era uma alegria, não haviam cadeirinhas, nem cintos de segurança e ficávamos soltos no banco. O carro que vinha atrás podia ter um motorista alegre, ou um carrancudo, ou alguém sem expressão. Às vezes, arriscávamos fazer um "tchau" para tal motorista, e a resposta, na maioria das vezes era um "tchau" também! Então ficávamos super felizes, às vezes com vergonha abaixávamos no banco de trás do carro. Depois, voltávamos a reaparecer e fazíamos de novo tchau, mostrávamos nossa boneca ou nosso bicho de pelúcia, e pronto, a amizade estava instalada, e acompanhávamos o carro até ele mudar de rota e aí, íamos seguindo e fazendo tchau até o perdermos de vista. Essa era nossa brincadeira, mas acredito não ser a brincadeira de milhares de crianças do mundo. 
Esse menininho que apareceu virado para trás na frente do meu carro, não fez tchau, não arriscou, vai ver estava com cara de preocupada indo buscar meu filho na escola, preocupada com o horário, sempre correndo contra o tempo como se faz no mundo atual... Nem temos mais momentos de descontração, parece ser sempre tudo tenso, corrido... O menininho de cor negra com seus cabelos encaracolados, olhos castanhos, ia livre no fusca vermelho velho do seu pai talvez... Não estava preso na cadeirinha com cinto de segurança, quem sabe não tem dinheiro para comprar as "super", "ultra" modernas cadeirinhas  de segurança para carro que são tão caras... 
E assim voltei ao passado, fiquei parada no tempo, relembrando os tempos felizes, quando era tão simples ser feliz... As crianças são mais felizes?  Acho que sim para a maioria... Melhor fase da vida, a infância...