domingo, 29 de setembro de 2013

Sonho: Ilusão, caos e desilusão!








Sonho: Ilusão, caos e deislusão!


 
Havia uma chance! Não, não você não havia morrido subitamente! Eu estava trabalhando
  no hospital quando ouvi a notícia que você estava passando mal, e estva sendo levado para a emergência de um hospital... Eu fiquei apavorada, mas sabia que havia uma chance, você não estava morto.
Eu tinha que ir urgente para tal lugar, ajudar a cuidar de você! Talvez uma lágrima minha que escorresse dos meus olhos e caísse sobre sua face como acontece nos desenhos infantis, o fizesse voltar  vida, um abraço, um murmurar no seu ouvido dizendo: "Por favor, não vá!", "Não me deixe aqui sozinha!", "Eu te amo!", Temos tudo planejado!", "Você disse que me ajudaria!".
Eu precisava de uma chance de te ver ainda vivo, não era possível isso que havia acontecido te encontrar ali, imóvel, pálido, gélido dentro daquele caixão... Mas nem no sonho isso foi possível, todos que estavam trabalhando comigo não sabiam precisar direito qual era o nome do hospital que você estava, se era Hospital Nossa Senhora de Lourdes, de Fátima, do Pilar, Santa Catarina, Santa Marina, São Cristovão, São Bartolomeu de Gusmão, São Luiz... Enfim, não havia ninguém que pudesse me dizer com precisão onde você estava...
É claro, chegaram pacientes no hospital onde eu estava trabalhando e tive que ir socorre-los, colher líquor, num lugar onde não havia condições nenhuma, nem material, nem ajudantes, nem tubos de ensaios para levar o material, nem agulha adequada, nada, nada... É o sonho virou um pesadelo... Enfim...    Fim
 
 
 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A bondade foi assassinada!

A bondade foi assassinada!


Sim, sim, a bondade foi assassinada ontem!
De que andianta ser bom?
Diga-me você, por favor!
Sem dizer que se vai para o céu, sem meio tom...

Ah, eu sei para onde vão os bons!
Vão presos, são torturados,
Difamados, condenados!
Mortos, assassinados!

Lembro de alguns nomes de pessoas boas,
Prefeito Celso Daniel de Santo André,
Irmã Dorothy,
Gandhi, Mandela, quem mais mané?

Ah, façam-me o favor!
O que fizeram com Jesus Cristo?
Aquele homem bondoso, amoroso, honesto?
Pregaram-no numa cruz, não foi isto?

A mundinho, faça-me um favor!
Parem de viver de maldade e desamor,
Corrupção e injustiça,
Aqui jaz a bondade numa flor...











LRG 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Confissões de Rachel: A festa a fantasia!

Confissões de Rachel









A festa a fantasia!

Escuta essa doutora...


Eu estava na faculdade, primeiro ano tudo novidade, o pessoal da turma do terceiro ano resolveram fazer uma festa a fantasia em uma discoteca! Tudo legal, perfeito! Eu e uma amiga escolhemos nossas fantasias e estávamos ansiosas para o dia da festa chegar!
O dia tão ansioso chegou! Eu vestida de columbina, ela com vestido de can can, dos cabarés franceses. Combinamos de nos arrumarmos juntas, na mesma casa, para uma ajudar a outra, nos detalhes, na maquiagem etc.
O meu vestido era uma graça. Lembro-me até hoje dele, o corpete, era de losangulos, azuis e brancos, saia de tule azul, lantejoulas, fitas, sapatilhas brancas de ballet e pompons.
O pai da minha amiga nos levou de carro até o local marcado, descemos fantasiadas e começamos a notar que não havia quase ninguém de fantasia. Agora já não tinha jeito! As duas, na fila para entrar na porta da discoteca, fantasiadas... Olhamos, e só vimos o carro do pai da menina indo embora... Na época não havia celular, garotas sozinhas não pegavam táxi no meio da noite... O jeito era entrar na festa, enfrentar os veteranos fantasiadas e esperar o horário marcado para o pai dela vir buscar na porta da discoteca.
Foi uma das experiências mais trágica e ao mesmo tempo cômica que passei na minha vida... Lembro que a roupa da minha amiga era preta e vermelha, ainda dava para disfarçar na meia luz da discoteca, mais a minha era azul! Impossivel me esconder...
Sentei no balcão do barzinho e fiquei lá quietinha, ia pedir um drink, ficar no meu cantinho até a hora marcada chegasse para eu ir embora... Eu tinha que sobreviver, eu ia sobreviver... Afinal, era uma festa a fantasia, que não era uma festa a fantasia! Quem estava louco afinal?
Enfim, eu quieta no meu banquinho olhando para o barzinho, um veterano do quinto ano começou a falar comigo: "- Oi, tudo bem? Como você se chama? Você está linda!". Não, não podia ser, era brincadeira? Eu, toda fantasiada, daquele jeito? Então falei: "- Você está brincando, não é? Eu sou uma das únicas fantasiada nesta festa e estou linda?". Ele disse: "- Sim! Maravilhosa!". Respondi: "Que bom! Meu nome é Rachel!". E conversamos a noite inteira, e foi uma noite maravilhosa, inesquecível! Tenho guardada essa noite numa das gavetinhas da minha memória, aquela que diz: "coisas muito boas da minha vida", uma delas foi essa noite...
A história não terminou por aí... Meu "Pierrot", um veterano, charmoso, lindo e sedutor, resolver me levar para casa, na verdade eu iria dormir na casa da minha amiga, pois a minha casa era longe da discoteca, uns trinta kilometros. A primeira resposta foi: "não", obrigada! Meninas não embora sozinhas com moço no carro... Mas falei com minha amiga e ela disse: "-Vai sim!". Espero-te em casa...
E foi assim que ousei e fui de carona, num scort XR3 conversível, numa noite possível da capota ser removida e de passearmos por toda Avenida Paulista em São Paulo, olhando a lua e as estrelas, conversando e  sonhando... Foi um conto de fadas!

Rachel

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Confissões de Rachel







Confissões de Rachel


Doutora,

A vida nunca me deu nada,
Que não fosse roubar depois,
Vim ao mundo pelada e chorando,
Sem saber se teria os braços dos dois...

Poderia ser amada ou desprezada,
O que sabia eu?
Se eu seria envolta em um cobertor,
Ou jogada num quanto ao céu?

De destino dúbio,
Tive casa, berço e coberto,
Fui feliz nesta casa,
Era meu mundo que um dia se retirou...

E nessa época da infância,
A vida me deu a bronquite,
Que fazia dos meus dias,
Ás vezes com ar, às vezes sem ar, uma esquisitice..

Da infância colorida,
Onde quase sempre tudo era alegria
De lá pouca coisa restou,
Era a vida que pouco a pouco repartia,

Levei comigo cicatrizes no joelho,
Saudades de um passarinho roubado,
Do meu gato desaparecido, da minha gata atropelada,
Das minhas amigas que tive que deixar meio abandonadas...

A vida muda rápido!
Dá e nós tira,
Tira e nós dá, brinca de io-io,
E se transforma numa sátira...

Um palco de maluquices,
É isso que a vida é
Uma peça de teatro,
Oscilando no vai e vem do "é"....

E no meio do caminho,
Dá-nos um amor verdadeiro,
De cheiro, riso e alegria,
Para depois nos tirar por inteiro...

Da juventude,
Dos lindos e fartos cabelos castanhos,
Põe nos depois brancos e cinzas,
Poucos e frágeis,

Com os anos a vida nos dá sabedoria,
Mas não se anime minha filha,
Logo, logo vem a morte...
E nós atira para uma ilha...





domingo, 22 de setembro de 2013

Meu Amor!

Encontrei este bilhetinho nas minhas coisas:


Meu amor!


Ah, meu amor! Porque tudo isso?
Lembre-se apenas que te amo,
Eu sou criança sim mas, te amo...
Volta para mim...


LRG
Salvador/Bahia/Ano de 2010.










quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Saturnino e o sonho!





Saturnino e o sonho!



"- A coisa que eu acho mais bonito nesta vida é saber escrever!". Saturnino 88 anos.
Está foi a frase que o meu paciente falou enquanto eu escrevia a receita dele. Ele estava bem, não tinha nenhuma doença grave, sua consulta era trivial, coisas da idade, não tinha demência, praticamente um moço velhinho. Então perguntei: "- Ah é, seu Saturnino! Acha bonito eu escrever?".  Ele respondeu: "- Sim doutora, sua mão deslizando e as letras saindo e a palavra formando, as frases..."
Deduzi que o senhor Saturnino não sabia escrever, e então perguntei: "- O senhor não sabe escrever?". E ele respondeu: "- Não doutora, não... E esse era meu sonho nesta vida, saber escrever... Não pude estudar, tinha que trabalhar..."
Algo automático para mim, era o sonho do seu Saturnino, saber escrever... Um sonho simples de se resolver? Depende do ponto de vista, para mim simples, para seu Saturnino já foi um sonho porque  nem mais é por achar impossível... Perguntei para ele porque esse sonho não poderia ainda se tornar realidade? Ele não soube dizer... Abaixou a cabeça e uma lágrima escorreu pelo seu rosto... Sonhos, sonhos, realizações... É, a vida não é igual para todos...  





ROBERTO CARLOS-LUZ DIVINA

domingo, 8 de setembro de 2013






Eu pedi...



Eu pedi para te ver...
Sonhei com você!
Você estava lá ou apenas fantasia do meu sonho?

Queria tanto que fosse verdade!
Quando acordei e abri os olhos,
Vi que era um sonho...

Foi então que a saudade apertou mais, e mais, e mais...
Era um sonho...
Um sonho...

Tento lembrar o sonho com exatidão,
Não consigo...
Por mais que tento nada...

Só consigo ver o seu sorriso,
Pés descalços, sujos e machucados,
Porque? Por onde você tem andado?

Abraço-te,
Sorrimos,
Eu abaixo para curar seus pés, acordo...

Fim...




sábado, 7 de setembro de 2013

Um dia!








Um dia!


Um dia você se desilude com as pessoas e com o mundo,
Um dia você acorda se sentindo um idiota por ser honesta,
Um dia você se decepciona, com uma pessoa, com duas pessoas, com três pessoas.

É numa determinada hora que você percebe que só você fala a verdade,
E os outros estão mentindo para se dar bem,
Numa desses horas você percebe o quão criança boazinha e idiota você foi!

Você  acredita e se desilude,
Você pensa que estão dizendo a verdade para você,
Mas é papo de raposa malandra querendo embutir uma galinha bobinha...


Aí você se  decepciona,
Vem a tristeza,
Tristeza de pensar que você é um dos únicos no mundo...

Então, você acorda de manhã, olha-se para o espelho...
E você vê que nasceu um nariz de palhaço bem vermelho no lugar do seu!
Veja os olhos, deve ser sonhando, abre os olhos e vê duas orelhas de burro do lugar das suas...

Você está se transformando!
Cuidado! A meia noite já é um bicho estranho perdido na selva,
Passa mal na sua pele, e nasceu lã de ovelha.

E esse é o animal que você se transforma quando se é sincero, honesto e amoroso:
Um homem pele de ovelha, com nariz vermelho de palhaço, orelha de burro...
Aí que triste...

LRG


  

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O Comboio Parte I






Comboio/Trem
Parte I


Estou no comboio,
E a vida passa,
O tempo passa,
A paisagem passa pelos meus olhos...

Aqui onde estou é Outono!
Neste cantinho do mundo,
Onde meu coração me levou,
Onde o mar é mais profundo...

Olho pela janela,
As árvores de folhas amarelas,
O céu um pouco nublado,
E o sol que quer se esconder...

As ovelhas pastam,
Vejo um canteiro de flores brancas e rosas,
Uma casa amarela,
Um carro verde na estrada... Cores... flores... vida...

As videiras com suas folhas roxas, verdes e amarelas,
As gaivotas pelo céu,
A casa velha destruída, vazia... Sem ninguém... Abandonada....
Agora vejo a cidade com suas casas novas e prédios...

E estas palavras e sentimentos são meus!
Não seriam os mesmo de outro passageiro desse comboio,
Acento de número 95, carruagem de número 21
Do comboio que leva o meu coração...

A saudade bate no meu peito,
Lembro-me de alguém que me faz sorrir mesmo distante,
Presente agora no meu coração,
Vivo no meu pensamento, alegre e brincalhão!

Olho-me no reflexo do vidro da janela,
Cabelos castanhos, olhos e cachecol azul,
Estou séria,
Enjoada com o balançar do comboio...

E o comboio passa por um túnel,
Fica tudo escuro,
Só vejo o comboio por dentro, não há paisagens...
Só o comboio e seus acentos e cortinas verdes escuras,

Volto a ver a paisagem, que combina com o verde de dentro do comboio,
São árvores de folhas verdes, outras marrons queimadas pelo fogo,
Aparecem os pinheiros pelo caminho,
E lembro do Natal que se aproxima,

Nas casas as chaminés chamuscadas,
Algumas chaminés soltando fumaça,
Sinal de fogo acesso, frio e quente...
E o comboio vai passando, correndo...