domingo, 11 de dezembro de 2016

Guilherme Arantes - Meu Mundo e Nada Mais

Whatsapp




Whatsapp




          Whatsapp, eu queria declarar morte a essa aplicativo chato e gosmento, mas que "raios" que todo mundo usa essa "coisa" pegajosa e manipuladora, com apelido de ZAP ZAP. Quer coisa mais esdrúxula que esse aplicativo, que você odeia, mas que todo mundo tem e se comunicam por ai? São milhares de mensagem , que quem trabalha não consegue ficar lendo, e no meio delas tem algo de interesse como a data e hora de tal evento que você precisa saber... Além se não bastasse tudo isso, você não pode sair do grupo, porque aparece explicitamente " fulano" saiu do grupo, e ainda diz se a pessoa está online ou offline. Escrevi para o whatsapp, perguntando se dá para não aparecer que você está online ou que você saiu de um grupo, responderam que por hora não farão as alterações sugeridas mas que serão anotadas.
          Sinto-me presa dentro do livro de George Orwell, ele só podia ser um visionário, escrever um livro em 1949, dizendo como o mundo seria no futuro, chegou o dia! Estamos lá presos, dentro do livro em 2016!
          Às vezes só não desligo meu celular, porque como sou médica alguém da família ou algum amigo pode precisar de mim. Além disso, tenho que ficar atenta se não vão ligar da escola, como já ligaram que ele estava com febre e dor de cabeça, porque sou a única para quem eles possam ligar... Então, meu celular continuará ligado, e eu refém disso tudo. Já que é para investir vamos, investir em celulares ultramodernos. Eu acho que é a principal coisa no mundo atual.
          Quando eu era pequena, ganhei um LP que se chamava "Os Corujinhas", era um grupo infantil e para lá de legal. Numa faixa do LP, um dos corujinhas havia ganho uns fone de ouvidos ultra modernos, e ele ficava lá, o tempo inteiro com os fones de ouvidos e fora do mundo, os outros corujinhas nem mais conseguiam falar com ele. Até que aconteceu uma emergência e ele nem se deu conta, por mais que os amigos chamassem, conseguiram se salvar e ele jogou os tais fones de ouvido no lixo.
          Esta é uma pequena história...

LRG
11/12/2016


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O Choro do meu filho...








O Choro do meu filho...


          Já era tarde da noite, talvez umas vinte e três horas. Eu estava no meu quarto, para variar, lendo meus livros, no caso "Deus, Mensagem ao Mundo de Neale D. Walch", em que ele diz que as pessoas não entenderam nada do que Deus disse... Foi quando escutei meu filho chorando, chorando bem alto. Não, não era um choro de birra, não era um choro por causa de um brinquedo quebrado, por ter se machucado de leve; era um choro profundo, aqueles vindo da alma, daqueles que não facilmente controlados... Ouvia-se o choro incessantemente, e era um choro dolorido. E eu, com aquela preguiça de levantar da cama e não ser nada relevante, já que eu deito e levanto mil vezes porque esqueço de alguma coisa... Gritei do quarto: "- Lucas, Lucas, o que foi?". Não obtive resposta, e o choro continuava... Para ver como estão as coisas ultimamente, resolvi ligar para o celular dele, do quarto para a sala ou cozinha, não atendeu... Não teve outro jeito, eu tive que levantar...
          Eu vim pelo corredor, que dá no quarto dele, sala e cozinha, quando o encontro sentado no colo da avó e chorando copiosamente, na cozinha em frente a televisão. Então perguntei "- Gente, o que está acontecendo aqui?". O choro era sério... Minha mãe (avó), estão respondeu: "- O Lucas está chorando por causa do avião que caiu e matou todos aqueles jogadores chapecoenses...". Eu disse: "- Para Lucas, já foi...", Ele respondeu: "E se você eu mãe, que estivesse no avião, você não iria chorar?
          O choro era verdadeiro, via-se que vinha do fundo da alma, cheio de dor, um menino de nove anos chorando tristemente... E não só chorava pelas vítimas, mas pelos familiares que ficaram, pelas crianças... Olhei para televisão, falava-se sobre isso na SIC, TV Portuguesa. Antes tinha percebido que ele tinha assistido vídeos no youtube sobre a tragédia... Realmente é algo para se chorar, um acidente estúpido, por falta de gasolina... Fico pensando o que os outros países pensam da gente...
Não sabia como consolar o meu filho... Pensei rapidamente, o que vou falar? Que sabe um dia os encontramos... Então, veio-me a coisa mais boba que se pode vir na cabeça: "- Para de chorar Lucas!              Eles estão todos lá no céu agora! Estão todos bem! Você está chorando à toa, como se eu acreditasse nisso... Mas veio como um supetão, as palavras saíram sem eu querer da minha boca, que até mesmo fiquei surpresa com o que disse... Deitei na cama, e fiquei pensando, será um condicionamento imposto pela sociedade desde os primórdios da nossa existência terrestre, pensar assim? Teremos que raspar as camadas de tinta que nos foram pintados os nossos sentidos? Será que aqueles que partiram estão todos no céu? É tudo uma ilusão? O que mais poderia falar para o menino? Ele se acalmou, pensou que estão todos lá, jogando futebol no céu... Eu, já não sei de nada... "Só sei que nada sei" (Sócrates)... É duro crescer...

Lilian Regina Gonçalves
06/12/2016