O Sofá
Que delícia foi dormir alguns minutos naquele sofá verde do apartamento do Guarujá! Que sono bom! Fazia tempo que não tinha minutos de sono tão bons! Adormeci num sono profundo, fui embora não sei para onde, não consigo lembrar... Que paz! Desde adolescente quando deito nesse sofá, todas às vezes, o sono é um sono dos Deuses...
Não deixo tirar esse sofá daqui, aliás, ninguém da família deixa... Já furou, meu pai foi atrás para ver se encontrava um sofá igual, nada feito, nenhum nem parecido, muito menos igual... O jeito foi trocar as almofadas, quero dizer, forrá-las com o mesmo material ou pelo menos similar. Só havia um problema, aquela cor de verde não existia mais, de todas as cores que havia um tom de marrom foi o que melhor combinou... Trocamos agora ele é verde com acento cor marrom. Nestas horas é que percebemos que o dinheiro não vale nada, porque nem que eu tivesse dinheiro para comprar o sofá mais caro do mundo eu não compraria, eu não trocaria meu sofá antigo por nenhum outro desse mundo. Agora me lembro de um sofá na casa de um amigo, também no Guarujá, era todo rasgado, velho, mas ninguém trocava o sofá... E com certeza não era por falta de dinheiro! O sofá era mesmo confortável, trazia histórias de vários anos, e mesmo rasgado o sofá era muito simpático e todo mundo se "esparramava" nele... Ele devia ser como o nosso sofá, muita gente já sentou e não me lembro de ninguém sentado ou deitado nele chorando nesses anos todos... Uma vez um amigo foi lá em casa, sentou no sofá e não saía, por fim o tempo foi passando, ele se encostou ao meu ombro e dormiu... Tentei acordá-lo e nada, o sofá estava bom demais... Fui saindo devagarzinho, e ele deitou no sofá sem perceber... Então, fui para meu quarto dormir e ele passou a noite inteira dormindo no sofá, nem se deu conta que tinha que ir para a casa... Como eu já sabia que dormir naquele sofá era ter um sono dos deuses deixou ele lá quietinho, só acordou com o cheiro do café...
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