quinta-feira, 29 de março de 2012

O Tio Zé




O Tio Zé


O tio Zé é um tio muito amado por mim e por muitas pessoas! Lembrei-me dele agora, e então pensei que ele não podia faltar nas coisas que eu escrevo! Por isso ele está aqui agora, porque meu filhinho comeu dois iorgutes, e iogurtes me lembram a minha infância, e me lembra de meu tio Zé!
É como a Raposa e o Pequeno Príncipe, quando ela via a plantação de trigo lembrava-se do pequeno príncipe, porque o trigo a fazia lembrar-se dos cabelos loiros dele. Os iogurtes me lembram do tio Zé porque o Tio Zé era distribuidor de uma empresa de laticínios que incluía: leite, iogurte, manteiga, requeijão e queijos! Eu era bem pequena, o tio Zé morava com nossa família e sempre, sempre trazia uma caixa de iogurtes de vários tipos e sabores para nossa casa! Que alegria ver o tio Zé chegando todo feliz com os iogurtes! Ele queria que eu ficasse forte, quando  ele chegava, eu subia na cadeira em frente à mesa da cozinha, batia na barriguinha e dizia: "- Olha tio Zé, como eu estou gordinha!" O tio Zé ficava muito feliz...
O tio Zé é um fofo, estatura média, gordinho, rostinho vermelho e risonho! Ele era muito mais feliz, gostava de dançar nos bailinhos de música portuguesa, levava a vida numa boa, era um português diferente dos outros, não reclamava de nada da vida, mas uma tragédia aconteceu... O filho dele, meu primo Alexandre, "morreu na hora", aos vinte e um anos, num acidente de moto. Ele vinha andando de moto na rua, um carro saiu de uma garagem, ele se assustou, caiu, bateu a cabeça e morreu... Lembro o dia que isso aconteceu como se fosse hoje! Dias como esse dá vontade da gente voltar o tempo para trás e mudar toda a história... Esses dias poderiam não existir! Lástima! Eu amava meu primo e ainda amo esteja ele onde estiver... O Alexandre costumava ir muito à antiga casa em que morávamos, ele era muito engraçado, feliz, despojado... Quando éramos pequenos ele costumava passar alguns dias na nossa casa. Ele trazia o vídeo game dele, coisa que não tínhamos, e ficávamos jogando numa salinha no andar de cima do sobrado. Ele era seis anos mais novos do que eu, e inventei que existia uma barata branca e ele acreditou! Eu falava: "- Olha a barata branca!" E ele acreditava e morria de medo! Eu me  divertia com o medo do meu priminho... Quando chegava a hora do café da tarde o Alê era exagerado, comia cinco pães franceses, um atrás do outro junto com um copo de café com leite. O Alê era muito atrevido, um dia ele cismou que queria entrar na piscina da nossa casa, porém a piscina estava com o chão todo sujo, tinha que ser aspirada, além do mais não era mais época de verão. Explicamos para ele, mas não teve jeito, ele concordou e entendeu, porém estávamos distraídos só escutamos um barulho de algo pesado caindo dentro d'água da piscina, era o Alexandre! Ele não podia esperar, pulou na piscina suja... Assim como pulou, saiu, deixando limpo o chão da piscina onde caiu... Foi um mergulho só e ele ficou realizado!
Enfim, foi a partida do filho querido Alexandre, que deixou meu tio Zé não mais um português tão feliz... Ele ainda é feliz, dentro do possível, pois a vida é assim, e temos que, continuar, continuar e continuar, mas jamais posso esquecer-me do meu tio Zé, sorrindo, feliz, carinhoso, trazendo a caixa de papelão cheia de iogurtes...   


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