sexta-feira, 4 de maio de 2012

Poema Moderno





Poema Moderno

Gostaria de fazer um poema,
Contando os dias da minha vida,
Mas não seriam iguais aos de Alberto Caiero,
Onde a natureza se faz quase perdida...

Não vejo pastos nem ovelhas,
Tão poucos montanhas e cavalos,
Minha paisagem todo dia,
São caminhões, ônibus e carros...

Se conseguir escutar e vir um passarinho,
De dentro do meu quarto na minha janela,
Do oitavo andar do meu apartamento,
Fico feliz neste instante, a vida torna-se mais bela!

Como falar que um caminhão é bonito?
Na paisagem do meu dia,
Sempre o que carrega é tão esquisito,
É lento, barulhento e não canta igual à cotovia...

Sem falar de todos os carros,
Buzinando e soltando fumaça,
Juntos, colados um atrás do outro,
Vão poluindo por onde passam...


Essa é a nossa vida na grande cidade,
Passamos a maior parte do dia trancados,
Em prédios comerciais, apartamentos,
Carros, shopping e supermercados...

Nas suas salas, lojas e escritórios,
Tem muita gente que nem vê o sol nascer,
Um dia, deixa de ter noite e dia,
Já não se vê o amanhecer e anoitecer...

Vou tentar encontrar beleza,
Nessa vida na cidade grande atormentada,
Vou achar beleza numa flor,
Caída no cimento da calçada.

Vou sentir o cheiro do pão de queijo,
Da padaria da esquina,
Será como cheiro de flores,
Das poucas que via quando era menina.

À noite vou olhar para o céu,
A procura de céu estrelado
Vou dar risada se só encontrar
Um avião todo iluminado...

Nessa grande metrópole
Essa será minha vida
Por mais louca que possa ser
Vou fazê-la divertida!


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