quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Engano?





Engano!


Engano! Foi um engano! A medicina não foi a primeira opção que fiz como profissão!
Sempre tive a impressão que eu tinha escolhido ser médica desde criança, e que nunca havia tido dúvidas sobre essa decisão. Mas últimamente comecei a pensar que alguma coisa saiu errado, ou o amor pela medicina chegou ao fim, ou foi um sonho de criança de cinco anos de idade, ou tinha sonhado antes outra coisa e não dei atenção para esse outro sonho. Em último caso, amo realmente a medicina, mas não amo ser médica no contexto geral em que me encontro!
Tudo se mistura é a realidade vivida é na verdade sonhos sonhados, sonhos vividos e não vividos, decepções e alegrias, mas na verdade, o que acontece ou aconteceu?
Sempre digo que escolhi ser médica com cinco anos de idade e nunca mais mudei de opinião, segui firmemente esse sonho, essa escolha e deu certo... Fui atrás de um sonho e consegui realizá-lo. Nunca pensei se teria condições para exercer a faculdade de medicina ou não, simplesmentei foquei, como é comum dizer hoje em dia: "- Foca na sua meta, no seu sonho!", foca do verbo "focar", não olhar para os lados, não perder de vista , estar sempre ali, olhando para frente, como um cavalo com aquele acessório que leva nos olhos para não olhar para os lados... 
Mas pensando agora com os meus "botões" pura distração! Antes de ser médica, eu queria ter sido bailariana! Esse sim foi o primeiro sonho... Lembro-me que estava encantada com os ensaios de balé quando era pequena, eu amava dançar. Apresentei-me três vezes, a primeira fantasia eu era uma flor, nos apresentamos no teatro Conchita de Moraes. Depois, lembro-me da apresentação da formatura, no mesmo teatro, meu personagem era uma boneca. A ilusão acabou quando o lugar da prefeitura em que eu fazia balé fechou! Meu pai não tinha condições de pagar aulas de balé particular para mim... O sonho foi chegando ao fim...
 
Entre indas e vindas, fui para na natação. Como eu tinha bronquite o médico recomendou que eu nadasse, minha mãe me colocou nas aulas da prefeitura no Estádio Esportivo Pedro Della Antonia, hoje leva o nome de Estádio Bruno Daniel. Eu adorava nadar, meu professor se chamava Jair, lembro dele até hoje, ele fazia de tudo para eu avançar na natação. Cheguei a ser convidada pelo técnico Rosinha da Pirelli para fazer parte do grupo e treinar para competições, era meu sonho, porém também vetado! A exigência era que se treinasse todos os dias e que o pai autorizasse viajar para várias cidades do Brasil par competição, meu pai não autorizou, minha mãe não tinha permissão do meu pai para me levar todos os dias para treinar no estádio... Sonho acabado! O meu professor Jair ficou muito triste. Ele sabia do meu desejo para me aprimorar e competir. Nas competições internas do estádio eu sempre ia, e tirava sempre o segundo lugar. Eu tenho as faixas até hoje, mas às vezes, tenho até dúvidas se não era o jair que pegava a faixa de segundo lugar sem eu ter conseguido... As aulas de natação também chegaram ao fim por causa da prefeitura, piscina olímpica destruída, quem viu disse que fui uma tristeza... Estou para fazer uma visita no estádio, mas ainda não tive coragem...
 
Na adolescência resolvi voltar para a dança, fui para o jazz com as minhas polainas coloridas. Eram horas muito agradáveis! Mas chegava o vestibular, não havia mais tempo era só estudar para entrar na medicina... O sonho de ser médica desde infãncia sempre existiu, eu amava brincar com minha coleção de frascos de remédios vazios, remédios de balinhas coloridas, seringas sem agulha que pedia  para guardar quando levava uma injeção e fichas médicas que confeccionava sozinha. E assim estou aqui.... Será que era para estar aqui?
Não, não houve engano... Existiram circunstâncias incontornáveis... E tudo saiu assim...

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