domingo, 2 de junho de 2013

Corpo e mente!

Corpo e Mente!










E foi com estas palavras que a paciente definiu o que sentia: "- Meu corpo não obedece a cabeça!". Quis dizer que seu corpo não a obedecia, e era justamente sobre isso que eu estava lendo na noite anterior, sobre mente e matéria. A mente existe sem a matéria, sem o cérebro? Não passamos de milhões de conexões nervosas que nosso sistema nervoso central? E quando tudo é desligado, a mente se desfaz? Todas nossas vivências, a influência do mundo exterior, desaparece? Essa é uma pergunta que vem sendo feita desde os primordios da humanidade, e sempre foi e é assunto controverso. Para muitos dos neurocientista, só existimos enquanto as conexões nervosas existem, uma vez, o cérebro parado, "fim", deixamos de ser, deixamos de existir... Para outros filósofos, a mente é algo separado do corpo, da matéria, uma vez a matéria sem vida a mente ainda existe de alguma forma que desconhecemos. Não quero nem entrar em questões religiosas, se Deus existe ou não... Estou refletindo, refletindo, com tudo que  conheço e estudei até hoje. Fico imaginando que devemos ter outros sentidos que ainda não conhecemos, além da visão, audição, olfação, tato e paladar.

O filósofo Descartes questionou muito sobre isso, e as duas coisas se separam para ele. Portanto o corpo e a mente devem ser coisas diferentes. A conclusão que ele chegou em "Meditações" ao examinar todas as suas crenças é que: "- Eu existo". Mas se ele existe, onde está Descartes agora que seu corpo não existe mais, por onde anda sua mente? Talvez seu corpo tenha se transformado?E sua mante e todas suas impressões vividas pelos cinco sentidos neste mundo? É concebível que a mente e o corpo existam separadamente, e o que é concebível é possível. Descartes foi considerado um filósofo dualista, porém no século passado os filósofos chegaram a conclusão de que Descartes deveria estar errado e a filosofia se voltou para o fisicalismo, para o qual só há um tipo de´coisa no Universo, a coisa física. Então, o que quer que sejam as mentes, devemos achar um caminho de encaixá-la no mobiliário físico do mundo.

A medida que a neurociências progride e com o surgimento da filosofia analítica, há muitos argumentos que dizem que a vida pode ser explicada sem que se existam mentes imateriais.  Mas porque não pensar que as mentes também são coisas físicas, e então surgem as teorias fisicalistas da mente. Assim, nos anos de 1950 e 60 muito filósofos pensaram na possibilidade  de uma vigorosa alternativa metafísica para o dualismo (Descartes), uma concepção que não apenas se afastasse do discurso mental mas reduzisse o plano mental a físico.
E então, a filosofia, a físic,a a neurociência vem tentando compreender "Quem somos nós". Afinal, quem somos nós? Ouvindo minha paciente tive a impressão de que corpo e mente se explicavam com a teoria de Descartes, mas como neurologista do século XXI, acredito que a neurociências está só engatinhando... O que saberemos no século XXII?

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