sábado, 7 de fevereiro de 2015

Ato Falho!






Ato Falho



Acho engraçado como às vezes conseguimos chegar à uma conclusão! Um desfecho final de toda uma situação. A pessoa inconscientemente se entrega em determinado "ato" que queria esconder, mas nem tanto... E então, pegamos-a com uma palavrinha, três letrinhas bastam... É o ato falho!?

Ato falho (lapso freudiano) é um erro na fala, na memória, na escrita ou na ação física que seria supostamente causada pelo inconsciente. 

Os atos falhos consistem em pequenos lapsos – esquecimentos de nomes, de horários, datas, coisas a fazer, ou algo dito que não era o que tinha sido intencionado a dizer, erros ao fazer alguma coisa, ou seja, todo processo em que ocorre alguma interferência no que foi planejado, na atitude “normal” esperada, assim acontecem os atos falhos.

Os atos falhos não são limitados ao discurso oral ou a desejos sexuais reprimidos, podendo até mesmo afetar a cognição, que se vê prejudicada por fixações do inconsciente. Através do ato falho o desejo inconsciente é realizado. Por isto, pode ser inferido que nenhum gesto, pensamento ou palavra acontece acidentalmente.

Freud evidenciou que o ato falho era como sintoma, constituição de compromisso entre o intuito consciente da pessoa e o reprimido.  


A suposição de atividade mental inconsciente é o que possibilitou a Freud elaborar toda a teoria psicanalítica. Vários fenômenos o levaram a sustentar a existência do inconsciente. Um deles em particular é bem divertido, pois facilmente observado em nossa vida cotidiana: os atos falhos. A partir do momento que passamos a compreender o real sentido dos atos falhos, podemos ver o modo como o inconsciente de um indivíduo o trai e revela suas reais intenções.



Os atos falhos consistem em pequenos lapsos - esquecimentos de nomes, de horários, datas, coisas a fazer, ou algo dito que não era o que tinha sido intencionado a dizer, erros ao fazer alguma coisa, em suma, todo processo em que ocorre alguma interferência no que foi planejado, na atitude "normal" esperada, por isso o nome ato falho.

Até antes de Freud - na verdade até hoje, para aqueles que desconhecem a psicanálise e querem ocultar o real sentido dos pequenos erros - os atos falhos eram tidos apenas como simples equívocos, algo feito "sem querer", que não tinha maior importância, que não possuíam nenhuma causa e eram atribuídos simplesmente a um "descuido". Freud, por sua vez, pôde mostrar no livro "Sobre a psicopatologia da vida cotidiana" que até os erros mais simples teriam um sentido oculto que teria sido evidenciado de tal forma - no erro.

 Por razões sociais, sabemos que não podemos dizer tudo o que temos vontade, e apesar de nosso controle para segurar e suprimir o que realmente queremos dizer, o pensamento ainda resiste com notável força no inconsciente para se fazer ouvir no ato falho. De fato, alguns atos falhos dizem respeito somente a conteúdos que são significativos para quem os comete. Estes não são assim tão facilmente explicados nem prontamente reconhecidos por quem os comete, e geralmente são dotados de alto valor afetivo.

 Para Freud, os atos falhos não deixam dúvidas sobre a intenção real da pessoa: são fragmentos valiosos guardados a sete chaves, que chegam a escapar por algum descuido ou relaxamento do vigia que monta guarda no porão secreto da mente.

Aqueles que conhecem um pouco de Freud, já ouviram falar nos atos falhos, que são – por definição – confessar em um “tropeço” aquilo que percorre o nosso inconsciente, e que muitas vezes tentamos ocultar. A partir do momento que passamos a compreender o real sentido dos atos falhos, podemos observar a maneira como o inconsciente de uma pessoa o trai e confessa suas reais intenções.

Outro fator importante – são as investigações policiais – em que um indivíduo precisa depor várias vezes, em um desses depoimentos, o indivíduo pode falar de maneira “inconsciente” e revelar a verdade em um ato falho.
No entanto, pode-se ter em mente que quase todo erro cometido tem um significado oculto. Pode-se dizer quase todo erro cometido porque às vezes erros são ocasionados do alto investimento psíquico em outros acontecimentos.
Quando alguém busca o psicanalista, às vezes passa horas, dias, meses, anos, tentando explicar o que pensa e o que sente. Discurso controlado, consciente – e que na maioria das vezes oculta a verdade. Se todo efeito tem por trás uma causa, todo “ato humano” tem por trás um motivo, tem um desejo. O que a psicanálise revela é que há muito mais entre nosso inconsciente/consciente do que podemos supor…

“Nossos atos falhos são atos que são bem sucedidos, nossas palavras que tropeçam são palavras que confessam. Eles revelam uma verdade por detrás. (…) Se a descoberta de Freud tem um sentido é este – a verdade pega o erro pelo cangote, na equivocação”. (LACAN, 1954/1986, p. 302).

Não há crime perfeito!




Nenhum comentário:

Postar um comentário