sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os Gêmeos



Os Gêmeos



E foi no dia 18 de Setembro de 1939 que os gêmeos nasceram em uma pequena aldeia de Portugal. A casa feita de paredes de pedras e chão de madeira, por debaixo casa a loja dos animais, vacas, bois... Os partos eram feitos nas casas não em hospitais. Se tudo viesse a favor da natureza era uma beleza e todos comemoravam o nascimento do bebê, mas caso algo estivesse contra a mesma ou o bebê morria, ou a mãe morria ou ambos morriam... Era tudo se Deus quisesse mesmo e hoje será que continua sendo assim?
O primeiro menino nasceu quieto, não chorou, julgaram-no morto o deixando em um canto para ver se eles conseguiam salvar o segundo bebê. O segundo bebê nasceu outro menino, nasceu chorando dando realmente sinal de vida! Pelo menos um bebê tinha vida, mas que já tido como morto o primeiro bebezinho começou a chorar e resmungar avisando que havia um engano, ele também estava vivo! 
Os bebês foram arrumados, trocados, nomes foram dados: Joaquim e José e a alegria se instalou na pequena aldeia com os dois meninos gêmeos.
Os meninos não eram iguais, o Joaquim, era sério, magro, cabelos castanhos, olhos verdes e com personalidade mais reservada. O José era a alegria em forma de menino, gordinho, olhos azuis, cabelos loiros e trazia sempre um sorriso no rosto. O Joaquim era o coroinha da Igreja, já o José dançava divinamente um bailinho português.
E foi assim que os gêmeos cresceram na pequena aldeia atrás das serras no norte de Portugal com muito amor e harmonia!
Os gêmeos cresceram, saíram da aldeia foram para cidade grande trabalhar, no Porto, como nada é igual o José arrumou patrão bondoso, Joaquim patrão severo sem muita piedade de lidar com meninos pobres da aldeia.
Vislumbraram o oceano e novas terras, pegaram o navio vieram para o Brasil. Eles lutaram muito para vencer na vida, e houve muito azeite, bacalhau no meio da história, e festas portuguesas, e trabalho duro...
E por incrível que pareça a vida como ela é, vendo a alegria do gêmeo loiro, de rosto vermelho, que adora dançar nos bailinhos de música portuguesa, ceifou-lhe a vida de seu filho primogênito de forma brusca, instantânea e idiota, numa queda de moto sem que nem para que...
A alegria espontânea do José foi levada junto com a morte de seu filho Alexandre, nome do avô... O José não dançou mais nos bailinhos portugueses, ficou triste, chegou a ficar deprimido, mas teve que continuar na estrada da vida. E então, com o passar da vida a gente aprende aceitar o inaceitável porque não há maneira de resolver o problema. Se o problema não tem solução resolvi está...
E foi assim, que dia 18 de Setembro, os gêmeos diferentes completaram setenta e três anos. E a vida continua para os que amam, para àqueles que em meio as dificuldades, continuam a “nadar, e a nadar, e a nadar...”.

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