domingo, 7 de setembro de 2014

Setembro!







Setembro!


Acordei ouvindo o barulho dos passarinhos na minha janela. Ao mesmo tempo que fiquei feliz ao ouvi-los,  fiquei triste por ter acordado, poderia continuar no meu sono profundo e esquecer toda essa vida, mas acordei!
E por mais que o café esteja ruim e frio hoje, o pão duro e a geleia de morango diet um nojo, estou aqui, no dia sete de Setembro do ano de dois mil e quatorze. Daqui cem anos acredito que tudo estará mudado e tudo o que se passa hoje será obsoleto e nós não teremos significado algum ou talvez tenha, não sei.
Um dos meus escritos favoritos, Rubem Alves, não pode ouvir os passarinhos cantando e nem ver os ipês amarelos, pois faleceu há uns dois meses. E ele não é meu parente, nem sangue do meu sangue, mas sinto a falta dele, parece que não haverá mais ninguém no mundo que veja os ipês amarelos como ele via e consiga transmitir essa beleza. Sem ele, falta um pedaço de mim, ele faz falta sem saber sequer que eu existia. Ele não queria morrer porque queria continuar vendo seus jardins, e passarinhos e suas flores, mas se foi, e tudo me parece sem sentido, porque não sei para onde foi e isso me deixa injuriada...
E pensar que já é Setembro e que já há enfeites de Natal nas lojas, penso que mais um ano se passou. Daqui a pouco é Natal e todos estarão fazendo as mesmas coisas, e esperando que o ano de dois mil e quinze seja melhor, e assim por diante...
Acho que Setembro é um bom mês para "mudar", não vou esperar o ano de dois mil e quinze, vou fazê-la agora essa mudança, vou começando a raspar as tintas que me pintaram os sentidos, chega de confusão nessa vida turbulenta. Quero sair desse avião, do meio dessa turbulência toda. Eu já nem sei o que fizeram da minha vida, ou se fui eu mesma que a fiz assim... Seja lá como for, que saiam essas tábuas velhas e empoeiradas das minhas costas, que solte essas amarras, essa tinta velha. Quero respirar ar puro!  
  



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