terça-feira, 3 de maio de 2022

Urubus


 Urubus


A paisagem era agradável,

Ao redor da represa a natureza era linda,

Pássaros e flores dançavam de forma amável,

Tudo era perfeito de uma água inda e vinda...


Sabia-se que dali da paisagem 

Só se queria a paz, a paz

Que de lá um dia existiu,

Mas que isso já não era capaz...


O sol se pôs de repente,

Ás águas se tornaram cinzas,

E antes tão transparentes,

Turvas se tornaram infelizmente...


O vento se tornou frio,

Já não se via o fim do horizonte,

E entre a neblina e aquele clima hostil,

Apareceram pássaros negros no céu... 


Apesar de tudo, eles dançavam uma dança,

Seriam lindos se não fossem urubus,

Mas eram lindos naquela andança,

Embora não sabiam que pactuavam com a morte!


Mas não se podia dizer que eram feios,

Eram da natureza, mas causavam medo...

Porque se deliciavam sem freios,

Entre as entranhas dos mortos...


Apesar de só quererem comer para sobreviverem,

Não havia graça no seu voo e nem no pouso,

Ninguém os chamavam de lindos 

Muito menos formosos...


Eram só urubus, apenas riam,

Não sabiam da dor do morto,

Não sabiam da vivacidade dos que lá jaziam,

Eram bandos de olhar torto...


E todos se calaram,

A noite caiu, a névoa surgiu,

Daquilo que já era findo todos choraram,

Mas eles continuaram num grito sombrio e frio...




...



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