domingo, 25 de setembro de 2011

Ridículos





Ridículos, ainda e sempre...


Sim, esse era, e é o nome da peça de teatro: "Ridículos, ainda e sempre", dos Parlapatões, Patifes e Paspalhões, Espaço Parlapatões na Praça Roosevelt, São Paulo.  Fiquei sabendo da peça, não li a sinopse, pois tinha certeza que era boa. Já avisei o pessoal, comprei ingressos, e lá fomos nós, ao todo seis pessoas. Quando chegamos no local ninguém sabia do que se tratava a peça, confiaram em mim e eu nos Parlapatões, porque os conheço há alguns anos e sei que são ótimos. Porque sou assim, se gosto de algo uma vez, duas, três vezes, e faz sentido para mim, então, faz parte de mim e ponto final. Estávamos sentados no espaço, antes da peça, e então alguém perguntou: "- Do que se trata a peça?" Fiquei pasmada, pois não sabia dizer, pois não tinha lido a sinopse, tinha agitado todo mundo para ir e estávamos lá, faltando trinta minutos para começar a peça. O que eu podia fazer era dizer a verdade: “- Gente, eu não sei, só sei o nome da peça, “Ridículos, agora e sempre”. Todo mundo caiu na gargalhada, e só agora, fui ver no ingresso, e ainda falei o nome da peça errado, pois é: “Ridículos, ainda e sempre”. Bom, não vou falar mais sobre a peça, quem tiver curiosidade que vá assistir à peça, pois vale a pena conferir. O fato é que até agora não li a sinopse da peça, e estou pensando na palavra ridículo, e o que é ser ridículo. Ridículo no dicionário quer dizer o que provoca risos ou troça no adjetivo (um fato ridículo), e no substantivo masculino: aquilo que provoca o riso ou a troça (temer o ridículo). Sinônimos de ridículos: esquisito, estrambótico. E uma frase do Napoleão Bonaparte: “Do sublime ao ridículo, só um passo é necessário". Fiquei pensando, será que somos todos ridículos? Só algumas vezes ridículos? Todo mundo olha uma fotografia do meu pai tirada há trinta e sete anos e dizem: "- Nossa! Esse terno do seu pai, hein! Ridículo!”.  O terno é marrom, com linhas perpendiculares e horizontais grossas em bege. Quer dizer, na época era lindo, e agora, simplesmente ridículo. Isso só me faz pensar que daqui uns trinta e sete anos irão olhar uma fotografia minha é dizer: "- Nossa como você estava ridícula com esta roupa." É fato, com certeza somos ridículos em algum momento da nossa vida. Então para que se preocupar? O título da peça faz sentido, "Ridículos, ainda e sempre". É engraçado, tem gente que se preocupa tanto para não ser ridículo, segue a risca as tendências da moda, se está na moda botas, usaremos botas; se está na moda roupa cor de laranja usaremos a cor laranja. Agora, se saiu da moda, e você está de laranja, você é ridículo! Caímos em nossas próprias armadilhas? Vamos indo no embalo dos outros, isso sim, sendo ridículos. Todo mundo teme o ridículo, mas não adianta se não é agora, um dia você será ridículo. Por isso, acho muito chata essa história de temer o ridículo. E por isso acho Londres um lugar encantado, você anda pela Oxford Street do jeito que você quiser sem ser chamado de ridículo, porque nada é ridículo! Tudo está valendo, não importa quão ridículo você possa parecer, você é o que é naquele momento, e não precisa temer o ridículo... 


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