sábado, 26 de janeiro de 2013

Chicletes







Chicletes



Eu nasci conhecendo o chicletes, sim é isso mesmo, o "chicletes", a "goma de mascar". Desde criança o chilcletes fez parte de nossas vidas. Há quem não goste. Há quem desaprove. Há quem diz que faz mal. Não importa, o chicletes veio para ficar. Na época de colégio, na feira de ciências, um grupo resolveu pesquisar como se faz o chicletes, e aprenderam a fazer-lo e todo mundo via e se admirava. Lembro deste estande até hoje na feira de ciências, parece que estou vendo agora a goma de mascar se formar... 
O tal do problema do chicletes  era que estragava os dentes por conter muito açucar, e criança para escovar dente é um sacrifício! Eu, se soubesse o que vinha depois não hesitaria em escová-los, é muito chato ficar lá na cadeira do dentista uma hora de boca aberta sem poder falar, engolir e ainda com chances de sentir dor mesmo depois de uma picada de injeção na gengiva!  Graças a tecnologia, ao nosso mundo contemporâneo, foi desenvolvido um chicletes que não tem açucar portanto não faz mal para os dentes! Ao invéz disso, ajuda a limpar os dentes. Minha prima, da área de marketing, foi trabalhar como representante do chicletes sem açucar, é claro, nos consultórios dos dentistas! Nesta época, minha família, andava sempre com chicletes nas bolsas.   
Nunca esqueço, do chicletes da minha época, retangular, todo embrulhadinho, papel azul escuro, se não me falha a memória o nome dele era "ping-pong". Abriamos o chicletes e ele estava lá, todo cor-de-rosa, acompanhado de uma figurinha, ou uma tatuagem que colávamos nos braço, na mão... E então, era só por o chicletes na boca e mascar, mascar, mascar, fazer bolas com a tal goma e ouví-las estourar bem perto do nosso ouvido: "puc", "puc", "puc"... E quando conseguíamos fazer uma bola grande com chicletes, aí era uma alegria! A bola estourava, a goma grudava toda ao redos dos lábios, era muito engraçado!
Vejo agora aquela menina (eu), meio gordinha, shorts e camiseta, pé no chão, com meu chicletes fazendo estripulias pelo bairro.. Naquela época, os tempos eram outros e crianças podiam ficar soltas na calçada com os pés no chão!
Quando o chicletes perdia o gosto, ou já estávamos cansados de mastigá-los para lá e para cá, o jeito era se livrar dele. E para onde o chicletes usado? Quando estávamos na rua era para o chão! Isso mesmo! Nós tirávamos a goma gasta da boca e antes que ela grudásse nos nossos dedos, atirávamo-as longe e só pensávamos: "- Coitado de quem pisar no chicletes"! Mas como diz a gíria dos tempos atuais: "- Faz parte...". Quem jogava o chicletes saia ou rindo daquele que pisasse e tivesse aquela goma presa nos sapatos, e quem pisasse, "ah" quem pisasse, saia chingando com o chicletes grudado no sapato... É claro, quando havia um cesto de lixo onde quer que fosse, atirávamos o chicletes dentro, mas nem sempre havia cestos de lixo na calçada... E na maioria das vezes, quando resolvíamos jogar o chicletes fora, nós estávamos nas nossas bicicletas, em alta velocidade na calçada.
Quando mascávamos o chiclete dentro do carro e queríamos jogá-lo fora não pensávamos duas vezes, abríamos a janela e o atirávamos na rua. Não havia aquela história de saquinho de lixo dentro dos carros, isso veio depois, lugar de chicletes depois de usado na maioria das vezes era no chão! Às vezes colocado embaixo da cadeira na sala de aula, e se bobiasse os cabelos das meninas viravam depósito de chicletes dos meninos malvados!  
E agora explicando porque resolvi contar minha história com o chicletes, foi por lembrar que um namoro se esvaiu por causa de um chicletes meu! É, o chicletes acabou com o relacionamento! Como foi? Eu toda contente no carro do tal namorado, todo certinho, engomadinho, cabelo penteado, politicamente correto, no seu corolla (carro) impecável, automaticamente abri o vidro, tirei o chicletes da boca e o atirei na rua! Ele ficou indignado! Como eu poderia estar atirando o chicletes na rua. E então, eu falei para ele: "- Não estou entendendo, o que você queria que eu fizesse com o chicletes?" Ele respondeu: "- Você deveria ter dado o chicletes para mim, que eu o guardava aqui no carro e depois o jogava no lixo..." Não falei mais nada, devia ter grudado bem escondido o chicletes dentro do carro dele, acho que ele não mascou chicletes na infância da nossa época...   Ainda hoje, eu vou andando na calçada e olho para o chão, para ver se há chicletes esmagados, sim há e muitos! Não sou só eu que jogo chicletes no chão! Porém, conversando com a minha irmã, que arquiteta, e preza pela beleza do chão, os chicletes devem ser jogados no lixo. Ela contou que em Lisboa foi feita uma campanha para as pessoas não jogarem chicletes no chão, pois tiveram que trazer máquinas super potentes à vapor para retirar os chicletes do chão. Por isso, joguem seus chicletes no lixo, quando possível...!
  

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