quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Natal e o Menino







O Natal e o Menino

O Natal está chegando,
Trazendo sua magia
Papai Noel trabalhando,
De noite e de dia!

Já escolhi o meu presente,
E pedi ao Papai Noel,
Eu vou ver o meu brinquedo,
Embrulhado num lindo papel!

Em alguém lugar,
Um menino vai nascer,
E trará uma mensagem,
De amor, paz, bondade  e bem querer!

Seu nome é menino Jesus,
E ficará sempre em nossos corações,
Por dizer que não há nada melhor que o “bem”,
O amor e a paz entre todas as nações!

sábado, 17 de novembro de 2012

Primavera!





Primavera



E então, após quarenta anos vivendo nesse mundo, meus olhos puderam ver, como se fosse a primeira vez, a primavera! Não, não que eu estivesse com algum problema nos olhos que me impedisse de a enxergar, mas era como eu não a visse, devia estar muito ocupada com outras coisas, mas o milagre aconteceu! E eu dei Graças à Deus por poder vê-la, e minha vida valeu à pena por esse fato, ver a primavera!
E por onde eu passo, admiro a natureza, com as árvores todas em flor, e é um festival de cores das mais variadas possíveis! As cores são tão vivas que parece que não existe lápis ou tinta que possam a reproduzi-las e o espetáculo se faz presentes todos os dias perante meus olhos. Elas são flores rosas e lilás, roxas, amarelas, laranjas, brancas, vermelhas, etc. E isso aconteceu neste ano de 2012. Posso dizer que o ano passado eu estava impossibilitada de ver qualquer tipo de flor ou cor, enxergava tudo preto e branco depois que meu amigo Flavio partira desse mundo sem ao menos dizer "tchau", sem o poder fazer, não tivera tempo para dizer. Mas a vida é sábia e me faria ver a primavera no próximo ano...
Não fosse um outro amigo, o Pedro, mostrar-me as flores um tempo antes de toda tragédia acontecer, talvez estaria apreciando a primavera agora. Nós andávamos pela rua à pé ou de carro e ele ia me mostrando as flores, as árvores, e perguntando o nome delas eu não sabia dizer e então, ele falava: "- Esse é um Ipê, essa é uma bananeira, e assim por diante... O pior de tudo, é que pouco guardei na memória o nome das árvores, folhas, passarinhos, conchinhas do mar, tartarugas que ele via, mostrava-me e dizia o nome. Eu vou ter que arrumar um jeito de aprender o nome de toda essa natureza! E para terminar não posso deixar de dizer uma frase de um escritor que gosto muito, Antoine Saint- Exupéry: " Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."   

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Paciente Trinta e Oito: A Harpa!








Paciente Trinta e Oito: A Harpa!



E se fosse pelas orações dos meus pacientes era para e eu estar muito bem! Não que eu esteja mal, mas estamos sempre querendo algo mais por nós ou por alguém que amamos e necessita de algo... Alguns pacientes sempre entram ou saem dizendo que estão "rezando", "orando", "meditando", "pedindo à Deus, aos anjos, aos santos pelo meu bem estar, que às vezes penso que eu deveria estar num paraíso, ou senão era para eu estar muito, muito, muito mal se não fosse as orações dos meus pacientes. Seja como for está bem assim e nada tenho que reclamar visto o que vejo pelo mundo. E como diz aquele ditado antigo: "- Nada está tão ruim que não possa piorar" é melhor ficar em silêncio.
O Raul contou uma história especial de sua vivência. Achei bonita e por isso resolvi relatar. Ao invés das orações tradicionais, segundo ele, um dia ouviu uma voz interior dizendo que gostaria que ele tocasse harpa como forma de oração. Ele nem conhecia o instrumento musical, não era músico, achou tudo aquilo uma loucura! Porém, tudo foi se encaminhando e do nada lhe ofereceram uma harpa para ele comprar, ele ficou impressionado. Segundo ele, a harpa é um instrumento musical difícil de ser encontrado para vender. Ele comprou, não sabia nem o que fazer, trouxe o instrumento para casa e começou a aprender tocar. E foi se aprimorando no estudo de como tocar harpa. Agora Deus o chama quando quer que ele toque harpa como forma de  oração  e isso acontece geralmente a noite. E então, ele disse que reza por mim tocando harpa. Fiquei emocionada! Quando ouviria isso na minha vida? Nunca esperei por algo tão inusitado! O mais intrigante é que o paciente não tinha nenhuma doença neurológica grave, exames neurológicos normais, era apenas uma queixa de dor de cabeça. Às vezes, no meio da noite, ele está dormindo, mas Deus o chama para tocar harpa e então, ele toca e volta a dormir...
Resolvi pesquisar sobre a harpa e descobri que foi inventada pelo povo egípcio para tocar melodias que agradavam os deuses, mas segundo a Bíblia, seu fundador foi Jubal. A harpa, juntamente com a flauta é um dos instrumentos mais antigos do mundo. 
E foi assim que meu paciente encontrou seu jeito de rezar e está bem mais feliz...   



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Show do Cantor Roberto Carlos







Show do cantor Roberto Carlos



É tudo foi calmo, como um belo final de tarde de domingo. O céu parecia  brincar, entre sol, pingos de chuvas, céu azul e céu escurecido pronto para uma tempestade que não aconteceu... Estacionei o carro onde um moço que começou a falar comigo no farol corria me indicando, para ele era muito importante que eu paresse naquele lugar onde ele poderia levar uns trocados... Ele correu tanto entre carros e gentes que eu pensava: "- Só mesmo a agilidade das pernas de um homem jovem..." Estacionei o carro sem ver direito aonde estava o estacionando, não sei se o lugar era permitido, não pensei nisso, eu estava me atrasando e precisava chegar na minha cadeira dentro do Ginásio do Ibirapuera em São Paulo.
O temporal que se formava, era de pensarmos que iriamos ficar presos dentro do ginásio ao término do show, fato que eu não estava nem um pouco preocupada. Lá estava eu caminhando, sem guarda-chuva, tentaram me vender uma capa de plástico mas não aceitei, se estivesse chovendo ao fim do show viria na chuva mesmo já estava decidida...
O meu portão de entranda, quinze, ficava logo a minha frente, entrei e pela minha surpresa, achei o Ginásio pequeno. Há muitos anos, talvez alguns vinte,  tinha estado lá no mesmo show do Roberto Carlos, nunca havia voltado e na minha memória o ginásio era enorme, tão grande que já estava ciente que veria o Roberto como um bolinha branca na multida, um floco de neve, mas pela minha surpresa minha memória tinha errado, ou talvez mudado, não sei, fato é que o lugar não era tão grande assim e minha cadeira era bem perto do palco. Enquanto que há vinte anos parecia que um oceano separava minha cadeira numerada do palco.
Tudo transcorreu em perfeita paz, enquanto o Roberto se preparava para entrar todo de branco, vendedores de água, pipoca, crepe, refrigerante e cerveja passavam oferecendo para quem quisesse comprar. Pensei comigo: "- É, essa é uma lindas tarde de domingo..."
Os expectadores eram variados desde jovens, não tão jovens, terceira e quarta idade. Todos queriam ver e ouvir o Roberto, aquele homem que canta o amor, a paz, Jesus Cristo, a natureza, suas músicas, além de letra de músicas são poemas transbordados de um homem que um dia sonhou o amor e dias de paz...
Foi então, que ele chegou meio encabulado, todo de branco, cabeludo e disse: "- É um prazer enorme estar aqui! E cantou, cantou, cantou como sempre cantou, músicas que fazem parte da nossa história, da história do nosso povo, do Brasil!
Eu conheci o Roberto desde pequenininha, na época das cassetes... Meu pai nos levava passear todas as tardes de domingo ao som da música do Roberto Carlos, era o cantor predileto dele, da minha mãe, acabou sendo o nosso, meu e da minha irmã, década de setenta tínhamos por volta dos cinco e quatro anos.
O tempo passou, o Robertou ficou, e ficará eternamente na nossa história, falando do que ele tem no coração "o amor", Graças à Deus! 

sábado, 10 de novembro de 2012

Mundo Particular!







Mundo Particular


Saudades de você e do nosso mundo particular,
Onde dávamos nomes aos peixes, aos frutos aos bicho do nosso jeito,
Frutos do mar eram "os putos de mar",
Tudo era tão nosso e particular que ficava difícil entender em qual língua falávamos....


Era engraçado entrar num elevador cheio de gente
e  falar coisas que que ninguém poderia entender...
só mesmo nós dois...
e o sorriso era certeiro, a gargalhada vinha de dentro para fora...
Nosso dia estava salvo, só o olhar de um para o outro dizia tudo...


Nossos padrões eram inconvencionais, nossos dircurssos não eram para outros entenderem,
Eram para estar de acordo entre nós...
Danava-se o mundo afora, se o nosso mundo era suficiente para nos fazer completamente felizes...
Tudo era sintonia porque os laços invisíveis que nos ligavam eram fortes demais para que qualquer chuvisco os quebrassem, era telepatia...

Procuro encontrar "nossa sintonia", nesse mundo mudo que nos separou, eu prometo que não vou desistir e um dia sabererei em que estrada a tua cruza com a minha....
Amor E Terno como diz o titulo de um llivro de meu escritor predileto: "Rubem Alves" de Boa Esperança, Minas Gerais...

Paciente Trinta e Sete: Criança






Paciente Trinta e Sete: A Criança


Eu peguei a próxima ficha de atendimento médico para chamar o paciente pelo nome: "- Ana Maria!" Eis que entra no consultório sozinho um senhor de seus setenta anos. Ele disse: "- Boa tarde doutora, minha criança não pode vir!  Pensei sem falar nada para o senhor na minha frente: "- Não acredito! marcaram uma criança na minha agenda!" A vida inteira me confundiram com neuropediatra, neurologista especializado em cuidar de crianças". Então, eu tenho que explicar que não, que sou neurologista só para adultos... Eles ficam decepcionados e dizem "- Não, não acredito... A doutora tem um jeito tão meigo, tão doce que pensei que fosse médica de crianças..." E então, eu penso com os "meus botões": " - Nem que eu fosse uma bala de coco eu seria pediatra ou neuropediatra!". O engraçado é quando a pergunta é outra: "- Você opera as cabeças também?" Nesse caso a pergunta é mais uma eresia do que qualquer outra coisa, pois eles sabem que a resposta será "não". É difícil imaginar alguém doce, delicada, meiga abrindo a cabeça de alguém com uma espécie de furadeira. Apesar de que uma mulher pode sim ser neurocirurgiã sem nenhum problema... Resolvi perguntar a idade da criança: "- Quantos anos ela tem?" Porque teria que fazer como algumas vezes fiz, pedir desculpas e dizer que não atendo crianças e pedir para remarcar  a consulta, mas esta criança era um pouco mais velha tinha "apenas" oitenta e um anos  e estava com doença de Alzheimer! Perguntei para o senhor o que ele era da paciente achando estranho que fosse sua cônjuge, pois era estranho aquela alegria toda e dedicação de uma pessoa que estava cuidando de seu cônjuge com ointenta e um ano com Alzheimer, não que não exista, mas é raro... Não, não era sua esposa, era sua tia... E ele continuou com sorriso no rosto: "- Ontem doutora, ela passou o dia inteiro em outro planeta!" Então perguntei: "- Como assim?" Ele respondeu: "- Ah, doutora ela estava viajando, não era nem aqui na Terra, era longe, bem longe, no meio dos planetas, estrelas etc." Pensei comigo: "Ah que bom! Pelo menos com doença de Alzheimer podemos viajar para outro planeta e ainda acreditar que é verdade...!  Dependendo da vida que se tenha tido é uma boa saída... 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Juventude do Século XXI





Juventude do Século XXI


´
Lá estavam eles, os jovens do século XXI, para quem está pelo menos no "meu meio do caminho" como é o meu caso, na década dos quarenta  anos de idade, era ao mesmo tempo curioso e engraçado ver os adolescentes todos ali reunidos. Uma situação inusitada, se misturar no meio dos adolescentes, para quem a muito tempo passou por esses anos e pouco contato tem com esses jovens.
Lembrei dos meus tempos de adolescência, e comecei a pensar: "- Algo mudou? Adolescente é sempre adolescente não importa a época em que estejamos? Claro, eu espero que muita coisa tenha mudado! Afinal, todos estamos em evolução, a humanidade caminha a cada dia...  Como eu sou teimosa, logo comecei a pensar, pensar, para poder extrair experiência daquele evento único na minha vida! Foi então que notei que a "velha" calça jeans azul meio desbotada predominava na vestimenta dos jovens homens e mulheres! E voltando vinte anos atrás no tempo, também era a calça jeans azul que usávamos naquela época... A calça jeans veio e ficou! A maioria dos jovens estavam usando calças jeans de vários tipos... Foi então que notei uma diferença, as cores se misturavam, e muitas vezes não se combinavam, sapato vermelho e bolsa azul, casaco verde e sapatilha rosa... Era uma diferença! na minha época as cores tinham que combinar! Sapato preto, cinto preto e bolsa preta! Por quê? Foi então, que notei, que a maioria das meninas tinham as unhas pintadas de cor azul, quando há vinte anos atrás pensaríamos pintar nossas unhas de azul? Eu particularmente gosto de ver minhas unhas pintadas de azul... E minha observação foi além e encontrou algo realmente peculiar, uma menina, tinha quatro unhas das mãos pintadas, mas a unha do dedo anular estava pintada de vermelho! Mas, era só de uma mão? Eram as duas mãos com esse detalhe? E foi então que percebi o detalhe, a unha do quarto dedo de ambas estavam pintadas de vermelho...  Aquilo para mim queria dizer algo, não sei se estou certa ou errada: "- Sim mudamos! Pintamos as unhas de azul! Podemos também pintá-las de vermelho! E também podemos pintá-las ao mesmo tempo de azul e vermelho, por quê não?
E foi então que percebi que a velha calça jeans azul era a mesma, ao mesmo tempo que a cor das unhas eram diferentes, a maioria das meninas tinham unhas pintadas de azul, diferente da minha época onde o vermelho predominava...  Lembrei que há dez anos ousei, pintei as unhas de branco, e um amigo meu, o Claiton, disse-me: "- Lili, o que você fez, colocou as pontas dos dedos em uma lata de tinta branca?!" Demos juntos tantas risadas... E lembro desse episódio até hoje...   
  

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Dia dos Mortos




Dia dos Mortos


Meu filhinho de cinco anos, indo no carro para escola, perguntou-me porque hoje era feriado, então eu respondi: "- Filho, é porque aqui no Brasil no dia dois de novembro é dia de todos as pessoas que já morreram..." Ele ficou pensando e disse, só murmurou: "- Ah mãe, dia de todos os mortos... Então é dia do Flavio!". E então respondi: "- É filho, dia do Flavio...".  E ficamos quietos, que mais eu poderia dizer...
Na véspera do feriado ele veio para mim é falou todo contente: "- Mãe, mãe, amanha é dia dos mortos, dia do Flavio, da minha bisavó!" Olhei para ele e não entendi aquela alegria toda, e perguntei: "- Filho, mas porque você acha que é um dia feliz?". Ele respondeu com toda inocência da criança porque seus "sentidos", como diz o filósofo e escritor Rubem Alves, ainda não foram pintados por este mundo, "pré-moldado", "viciado", onde "uma andorinha não faz verão": "- A mamãe, deve ser um dia feliz para ele, porque o meu dia, "dia das crianças" é um dia feliz para mim, "dia das  mães" é um dia feliz para você, e dia dos mortos deve ser um dia feliz dara eles! Perplexa respondi: "- É filho, não sei, pode ser que seja um dia feliz para eles! Você tem toda razão! Porque não? Mas onde você acha que ele está? Ele respondeu: "- No céu mãe, no céu!
E fiquei pensando que não saberia dizer se hoje, dia dois de Novembro seria um dia feliz ou triste para os mortos... Eu sei que para a maioria das pessoas é um dia triste por causa da saudade, mas será que realmente triste? Não sei, não poderíamos dizer, tudo o mais seria especulação pelo menos para a maioria neurologista. Resolvi então, acreditar nas crianças, que são puras de coração, deve ser um dia alegre para os mortos, e se eu chorar vai ser de saudades, apenas saudades...